O dilema ao uso de máscaras
Gui Freitas é colunista do Jornal de Toronto
Mais de uma semana se passou desde que as máscaras deixaram de ser obrigatórias na maioria dos ambientes em Ontário, província mais populosa do Canadá, e que sofreu com o maior número de casos de Covid-19 durante os dois anos de pandemia. Agora, o uso de máscaras é facultativo, ficando o próprio indivíduo livre para escolher se ou quando vai usá-la – com exceção do transporte público, onde ela ainda é requerida.
Muitas discussões, enquetes e opiniões surgiram a fim de discutir o tema, e ambos os lados apresentam pontos interessantes para serem observados.
O primeiro ponto é: “Mas a pandemia já acabou?”. Para essa questão, lembro do primeiro artigo que escrevi para o Jornal de Toronto, onde foi explicado que a pandemia termina quando o número de casos da doença consegue ser absorvido pelo serviço de saúde local. Com mais de 80% da população vacinada e a própria adaptação dos indivíduos à nova doença, apesar de ainda serem notificados quase 2000 casos diariamente em Ontário, os casos estão menos graves, necessitando de menos idas ao pronto-socorro e menos pacientes internados, consequentemente, diminuindo a demanda para o sistema de saúde.
Por outro lado, o Covid ainda existe, e vai continuar a existir por muito tempo; e é uma doença com potencial de agravamento, podendo se tornar crônica, deixar sequelas e até levar ao óbito. A máscara continua sendo um meio de proteção, não só para o Covid, mas para todas as outras doenças de transmissão aérea também graves. Assim, optando por permanecer usando máscara, a pessoa está minimizando os riscos de contrair outras doenças.
Vale ressaltar que também é orientado que a pessoa com qualquer sintoma respiratório continue a fazer o isolamento de 5 dias a partir do primeiro sintoma, até ter seu diagnóstico definido ou ficar 48 horas assintomática. Se todos colaborarem, o número de pessoas infectadas circulantes também diminui, permitindo que o ciclo de transmissão se feche e não haja mais casos novos.
No atual cenário, não há o certo ou o errado, há o prudente, de acordo com a situação. O Covid ainda está com alta incidência e a máscara continua sendo um grande fator de proteção. Mas com o advento da vacina e os casos mais leves da doença, cabe ao indivíduo pesar sua própria condição de saúde e avaliar a necessidade pessoal. Importante é ter a consciência de se isolar na presença de qualquer sintoma para proteger as outras pessoas.
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