O que as diferenças culturais significam para mim?
Gui Freitas é colunista do Jornal de Toronto
O Canadá é um país reconhecido por receber, aceitar e administrar de uma maneira saudável as diferenças culturais entre seus habitantes. E essa é uma das razões que faz inúmeras pessoas buscarem a experiência de morar aqui. Mas será que cabe a nós delegarmos esse comportamento ao país? O quanto somos multiculturais e aceitamos as diferenças como positivas?
O multiculturalismo pode ser didaticamente dividido em cinco categorias. A primeira é a RED, ou cultura destrutiva, onde o indivíduo ataca outros grupos culturais. É a mais explícita forma de intolerância. A segunda é ORANGE, onde existe uma incapacidade de compreensão do outro, por existirem sentimentos de superioridade, dominância e um viés de formação. YELLOW representa as pessoas que ignoram a importância das diferenças culturais na formação do indivíduo e colocam todos em um mesmo patamar de igualdade. GREEN, ou pré-competência, é formado por pessoas que já conseguem dar pequenos passos para melhorar a compreensão, aceitação e inclusão dos grupos, e é capaz de responder efetivamente às diferenças culturais. BLUE é a competência multicultural, onde um indivíduo é capaz de acessar, aceitar e respeitar de maneira congruente o outro indivíduo incluindo todas as características que o compõe (idade, sexo, etnia, raça, orientação sexual, habilidade física) somadas às suas dimensões externas (experiência profissional, renda, religião, formação educacional, estado civil). Por fim, temos a proficiência cultural ou PURPLE, onde os traços culturais são abraçados de uma maneira proativa, é a luta pela representatividade e expressão plena do ser.
Assim, antes de criticarmos, julgarmos, ou apenas reproduzirmos comportamentos estimulados, cabe a nós refletirmos onde estamos dentro de nossas crenças e da nossa aceitação de multiculturalismo, para sermos capazes de compreender a grandeza de cada indivíduo como único, com toda história que o construiu para ser o que ele é. Tolerância e empatia devem ser exercidas no cotidiano, nos pequenos gestos, para melhorarmos como pessoas e como cidadãos, independente do país em que estamos.
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