Nesta primavera, o amor está no ar

[Canadian Opera Company – COC]
La Bohème, de Puccini, uma das histórias de amor mais conhecidas da ópera, está retornando ao palco no Four Seasons Centre (aquele lindo teatro com fachada de vidro, na Osgoode Station).
Arte, vida, amor e perda colidem com um grupo carismático de jovens artistas em dificuldades na Paris do século XIX. A história conquistou os corações de gerações de público e inspirou numerosas adaptações, incluindo o musical da Broadway Rent.

Cena de La Bohème, no Canadian Opera Company, em Toronto. Foto: Michael Cooper.
Uma mistura de novas estrelas canadenses e internacionais compõe o elenco: a soprano americana Angel Blue faz sua estreia no COC como a fadada Mimì. Blue foi nomeada uma das “18 to Watch” pelo Opera News no ano passado, e compartilha o papel com a soprano libanesa-canadense Miriam Khalil, que foi recentemente nomeada para um Juno Award de Álbum Clássico do Ano. O tenor brasileiro Atalla Ayan ganhou o San Francisco Opera’s Emerging Stars Competition em 2018 e compartilha o papel do amor de Mimì, Rodolfo, com o tenor Joshua Guerrero.

Atalla Ayan.
Nascido em Belém do Pará, Atalla Ayan desenvolveu seu amor por cantar ouvindo gravações de Luciano Pavarotti. Ainda adolescente, foi aceito no Conservatório Carlos Gomes, em sua cidade natal. Ele cantou seu primeiro grande papel aos 21 anos, aparecendo como Rinuccio no Teatro da Paz, também em Belém. Sua estreia na Europa foi um ano depois, no papel de Rodolfo, na produção de La Bohème de Graham Vick. Foi nesse mesmo ano que ingressou na Scuola della Opera Italiana, em Bolonha. Na temporada 2009/10, tornou-se membro do programa Lindemann Young Artists Development do Metropolitan Opera.
Atalla rapidamente se estabeleceu como um dos tenores mais procurados de sua geração. Allan Kozinn, do New York Times, na ocasião da estreia de Atalla no Metropolitan Opera, escreveu que “ele é um achado; tem um tom quente e arredondado com uma qualidade que lembra o jovem Plácido Domingo”.
O tenor brasileiro tem sido igualmente bem recebido em grandes casas pelo mundo, incluindo o Teatro Scala em Milão, Grand Théâtre de Genève, Deutsche Oper Berlin, Staatstheater Stuttgart e o Ópera de Paris, dentre tantos outros.
O ganhador do prêmio Tony, John Caird, dirige esta produção, que foi apresentada pela última vez em Toronto em 2014. A equipe de criação se inspirou no período da Belle Époque francesa para transmitir o ambiente da ópera de Puccini e de seus personagens. O conjunto inteligentemente incorpora uma colagem de telas do pintor na ópera, Marcello, enquadrando a história no palco dentro de vários locais parisienses.
O maestro italiano Paolo Carignani (Tosca de 2012 e Carmen de 2016) retorna a Toronto para conduzir a orquestra através de uma trilha sonora que inclui os famosos duetos de amor de Mimì e Rodolfo. O maestro italiano Antonello Allemandi, fazendo sua estreia no COC, conduz a apresentação final, no dia 22 de maio. La Bohème é cantada em italiano, com subtítulos em inglês. A ópera é uma coprodução do COC com o Houston Grand Opera e o San Francisco Opera.
Em Toronto, La Bohème terá 10 apresentações: três delas foram em abril, e em maio serão nos dias 2, 4, 5, 7, 11 e 22. Os ingressos vão de $35 a $250, mas há também preços mais baratos para quem tem menos de 15 anos, para lugares em pé, grupos de estudantes e ingressos remanescentes na última hora. Confira no site www.coc.ca.
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