Governos vivem “amnésia coletiva” sobre causas da crise financeira de 2008

A crise de moradias só está piorando.

Foto: Yuri Kozyrev_Banco Mundial.

[ONU Brasil]

Dez anos depois, governos estão passando por uma amnésia coletiva em relação a um dos maiores fatores por trás da crise financeira global de 2008 – a crise de moradias, que só está piorando. A avaliação é da relatora especial das Nações Unidas sobre moradia adequada, Leilani Farha, que alertou para problemas de habitação mesmo nos países mais ricos do mundo.

Farha, especialista independente e diretora-executiva da organização não governamental Canada Without Poverty, se pronunciou por ocasião da cúpula de líderes do G20, que teve início nesta sexta-feira (dia 30) em Buenos Aires.

Mesmo nestes países industrializados, que representam os Estados mais ricos do mundo, milhões de pessoas lutam para encontrar e manter um lugar adequado e com preço acessível para morar, disse Farha. Segundo a relatora, um quarto da população urbana do mundo vive em “assentamentos informais”.

Farha afirmou que, neste contexto, a economia mundial dificilmente pode ser considerada estável e que esta instabilidade é causada por uma “nova ordem global”, que trata habitações como uma commodity e como um “instrumento financeiro para depositar, aumentar e alavancar capital”.

O direito a um padrão de vida adequado, incluindo moradia adequada, é reconhecido na Declaração Universal dos Direitos Humanos e tem sido, desde então, reconhecido ou citado em outros tratados internacionais de direitos humanos.

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