Imigração nas redes sociais: devo confiar?
Gabriel Melo Viana é consultor de imigração
A cada momento que navego pelas redes sociais encontro uma quantidade assustadora de informações sobre imigração para o Canadá, desde conteúdo mantido por profissionais devidamente licenciados a uma infinidade de leigos compartilhando informações diversas em diferentes canais.
Não é um problema falar de imigração na internet, isso vem ajudado muita gente. O problema é que algumas informações, principalmente oriunda de ghost professionals (profissionais não licenciados) e de leigos, podem estar incorretas e induzir pessoas a tomarem decisões que podem vir a prejudicá-las no futuro. E sim, isso é muito comum.
Recentemente veio ao meu conhecimento que tinha gente indevidamente orientando brasileiros em redes sociais a fazerem claim de refúgio, elencando, erroneamente, as supostas vantagens de um processo como esse. Como um profissional que trabalha com refúgio, eu fiquei completamente horrorizado com isso. Refúgio é algo sério e não é para qualquer pessoa. Há leis e diretrizes orientando quem é considerado – ou não – um refugiado ou uma pessoa protegida. Inclusive, um claim indevido de refúgio pode ter consequências gravíssimas dentro e fora do Canadá.
Leia AQUI nosso podcast sobre refúgio.
Imigração é algo bem sério. Não é algo que se encontra respostas facilmente em grupos de Facebook, Whatsapp, Instagram ou Telegram. Nesses ambientes, uma informação incorreta pode ser compartilhada a dezenas, centenas ou até milhares de pessoas. O famoso “deu certo comigo ou deu certo com o vizinho de minha prima”. Algumas vezes, a pessoa nem soube explicar exatamente o que foi feito, muito menos explicar os detalhes que levaram a uma decisão ter sido tomada. Algumas outras vezes, esse “vizinho da prima” nunca existiu. Pode ser mais um caso de fake news e isso é bem comum também.
Há caminhos para se regularizar no Canadá, mas não há uma receita de bolo. Minha recomendação é sempre seguir estritamente o que dizem as leis. Mesmo que tenha funcionado com seu vizinho ou com o “amigo da prima” do rapaz que está compartilhando isso no Facebook, isso pode não funcionar para você. Isso pode até lhe prejudicar de maneira irreversível. Como sempre repito, cada pessoa é uma pessoa e cada caso é um caso. Não se deixe enganar pelas soluções fáceis e mirabolantes, principalmente de fontes não devidamente credenciadas ou desconhecidas.
Ouça também o podcast “O meu visto foi negado. O que fazer?“.
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