Medo é ‘marca’ mais vendida atualmente

Ele recebe audiência. Recebe votos. Gera cliques.

O secretário-geral da ONU, António Guterres. Foto: Eskinder Debebe_ONU.

[ONU Brasil]

Alertando sobre os perigos e a disseminação do medo e da desconfiança no planeta, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse a jornalistas na sexta-feira (dia 18) que deseja reafirmar a ONU como uma “plataforma para a ação, para reparar a confiança quebrada em um mundo quebrado”.

“A marca mais vendida atualmente em nosso mundo é de fato o medo”, afirmou Guterres. “Ele recebe audiência. Recebe votos. Gera cliques”, acrescentou, durante entrevista à imprensa na sede da ONU em Nova Iorque.

“Conforme olhamos para os desafios que enfrentamos – de mudança climática e migração ao terrorismo e os pontos negativos da globalização – não há dúvidas de que desafios globais precisam de soluções globais”, destacou. “Nenhum país pode fazer isso sozinho. Precisamos do multilateralismo mais do que nunca”.

Guterres destacou que “rejeitar ou difamar os que duvidam do multilateralismo não irá levar a lugar nenhum” e insistiu sobre a importância de entender o motivo pelo qual “muitas pessoas no mundo todo não estão convencidas do poder e do propósito da cooperação internacional”.

Citando o fato de que, no processo de globalização e de progressos tecnológicos, muitas pessoas, setores e regiões inteiras foram deixados para trás, ele explicou que a ONU precisa focar na resposta às raízes da ampla desconfiança, ansiedade, ira e medo, ao longo de três áreas de trabalho: acelerar desenvolvimento sustentável, fortalecer o valor das Nações Unidas através de reforma e engajar sociedades para colocar um fim no aumento de discursos de ódio, xenofobia e intolerâncias.

“Ouvimos ecos problemáticos e abomináveis de eras passadas. Pontos de vista venenosos estão penetrando debates políticos e poluindo o cenário”, alertou Guterres, conforme destacava a necessidade de relembrar as lições da década de 1930 e da Segunda Guerra Mundial.

“Discursos de ódio e crimes de ódio são ameaças diretas aos direitos humanos, ao desenvolvimento sustentável e à paz e à segurança”, disse.

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