A união da comunidade brasileira em favor da Democracia
No dia 29 de setembro, cerca de 400 pessoas participaram da manifestação contra o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, em frente ao City Hall da prefeitura de Toronto. Apesar do cunho diretamente político, o evento foi suprapartidário e não havia bandeiras, cartazes ou manifestações de partidos políticos. O conteúdo dos cartazes e camisetas foi principalmente o hashtag #EleNão, em referência à campanha no Twitter em favor dos direitos das mulheres, iniciada pelo grupo “Mulheres contra Bolsonaro”, que já está chegando a 4 milhões de membros.
“Quando o golpe é dado contra a consciência humana, a luta é necessária. O encontro de sábado foi lindo. Estamos sacudindo o fundo do mar e todas as latentes da Terra. Esse movimento começou dia 29 de setembro e, no entanto, não tem fim”, declara Angélica Barbosa, uma das participantes do evento em Toronto.
O foco principal da manifestação foi esclarecer e combater os valores de extrema-direita defendidos pelo candidato Bolsonaro e seu vice, general Mourão. Toronto foi uma das mais de 60 cidades espalhadas pelo mundo que se mobilizou contra o candidato e a favor da Democracia brasileira.
Segundo Carla Melo, “uma das razões pelas quais a gente tá nesse mundo é para descobrir que somos agentes históricos. A imagem de uma ciranda gigante abraçando o Nathan Phillips Square, captada durante a manifestação #EleNão, solidificou essa minha convicção, virando símbolo pulsante dessa força que nos une, para além das diferenças, na luta por uma sociedade digna de ser chamada de humana.”
No Brasil, as manifestações reuniram milhares de pessoas, e ocorreram em 65 cidades, nas 27 unidades da federação. Segundo Claudio Couto, cientista político da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, em entrevista ao Jornal Nexo, “ainda estamos num momento em que se pode ir para rua se manifestar politicamente. Depois, isso pode complicar. As manifestações mostram o grau de profunda insatisfação contra uma cultura antidemocrática”. Claudio acredita que “a repercussão dos protestos pode fazer as pessoas que estão vendo começar a refletir sobre o processo eleitoral”.
“Em 18 anos de Canadá, nunca testemunhei uma manifestação da comunidade desse porte. A vigília por Marielle já havia reunido 300 pessoas. Muito feliz de ver a comunidade se unindo pelo amor, pelo respeito ao próximo, e pela democracia”, diz Rosana Entler.
A manifestação em Toronto foi pacífica e reuniu os mais diversos grupos da comunidade, incluindo as principais mídias, jornalistas internacionais, músicos, empresários, além da presença de católicos e evangélicos. “Toda a comunidade está aqui”, disse uma participante, que assistia ao evento do terraço superior do City Hall. Neste momento tão importante da política do país, a comunidade brasileira em Toronto mostrou sua força e deu seu recado: #EleNão.
Veja as fotos do evento e não deixe de curtir a página do Jornal de Toronto.
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