2017 em muito poucas palavras

Eu não lembro nem o que eu comi ontem, quanto mais os fatos do ano inteiro. Portanto, retrospectiva aqui em casa funciona mais ou menos assim:

Cristiano de Oliveira é colunista do Jornal de Toronto

Saudações, espíritos do Ano Novo.

É o seguinte: pediram-me pra escrever uma retrospectiva de 2017. Eu não lembro nem o que eu comi ontem, quanto mais os fatos do ano inteiro. Portanto, retrospectiva aqui em casa funciona mais ou menos assim:

Brasil

Todo mundo se indignou com tudo. Todo mundo odiou tudo e todos. Barraco houve quase todo dia, uma polêmica atrás da outra, às vezes coisas bobas transformadas em grandes debates pela forma como são expostas. Ninguém leva nada a cabo ou se dedica a uma causa, pois os debates perdem força rapidamente para que nova polêmica fresquinha vire o assunto do dia. E assim o povo segue distraído com seus pequenos horrores e indignações, enquanto as verdadeiras sujeiras vão passando devidamente disfarçadas. 2017 foi o ano em que o Brasil solidificou sua posição histórica de caminhão de porco: todo mundo grunhe, reclama, faz barulho, mas ele segue pro matadouro do mesmo jeito.

Fórmula 1

Não faço a menor ideia.

MMA

Vixe, piorou. Desde que eu soube que o moleque que me deu um tiro de chumbinho no tempo de escola virou campeão de MMA, cismei com esse negócio. O menino mesmo eu já perdoei, não desejo mal a ninguém. Ademais, a profissão do cara envolve ter sempre um grandão suado sentado na cara dele, portanto já é castigo suficiente.

Futebol

Em 2017 a Seleção deu uma limpada no cabaré que o 7×1 deixou de herança, mas ainda gera mais desconfiança que desconto de Black Friday. O Corinthians foi campeão nacional com méritos, o Cruzeiro também. Quanto ao Galo, eu poderia passar horas desossando a diretoria incompetente e o conselho mafioso, mas vou me ater ao futebol, que se resume a uma frase: esse ano, o cavalo passou em frente à porta arreado, com sela acolchoada, câmera de ré, CD player com caixa Bose e cerveja no embornal… mas o Galo não montou.

TTC

Conseguiu piorar ainda mais. O fundo do poço ainda não chegou, pra chegar lá tem que descer na Dufferin e pegar o 29.

Samba

Foi um ano legal. A Batucada Carioca fechou um ano de renovação com um showzão no Geary Lane dia 8 de dezembro, enquanto a banda Roda de Samba de Toronto terminou seu quarto ano de samba de raiz nas tardes de sábado, o segundo no Yauca’s Lounge. É uma honra participar dos dois grupos, e uma alegria poder fazer meu belo jabá aqui. Visite nossas páginas no Facebook para saber mais.

Toronto

Choveu até morrer. Até achei bom, pois a ilha ficou fechada e eu pude ficar bem longe daquela balsa lotada. Incrível como Toronto é tão grande e ainda assim todo mundo vai para os mesmos lugares no fim de semana. Daí você vê a importância de vó: quando há casa de vó perto, você sabe exatamente qual é o melhor lugar para se passar um domingo. E te garanto que não é numa arca de Noé do inferno que atravessa uma poça pra chegar numa ilha.

E por falar em vó, sempre há quem me pergunte, então já aviso: sim, meus amigos, coroei meu 2017 celebrando meu 15º Natal com vó. Vó continua invicta, pois são 15 anos de Canadá e 15 Natais ao lado dela.

E assim foi. Eis aí 2018 e que ele seja o melhor ano das nossas vidas. Um Ano Novo altamente cheio das coisas boas pra você, e muito obrigado pela leitura nesse ano que passou. Foi um prazer e uma honra escrever pra você.

Adeus, cinco letras que choram.

Sobre Cristiano de Oliveira (30 artigos)
Cristiano é mineiro, atleticano de passar mal, formado em Ciência da Computação no Brasil e pós-graduado em Marketing Management no Canadá. Foi colunista do jornal Brasil News por 12 anos. É um grande cronista do samba e das letras.

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