Uma sociedade mais humana depende de você
Jamile Cruz é cofundadora e diretora executiva da I&D 101
Já parou para pensar em todos os momentos em que você, com comportamentos, palavras, ações ou atitudes, excluiu outra pessoa? Consegue perceber que quando não estamos sendo intencionalmente inclusivos, podemos estar praticando a exclusão? Todos nós temos a tendência de nos comportar de forma a incorporar e demonstrar nossos privilégios, normas culturais e tradições. Ao fazer isso, muitas vezes permitimos que nossos preconceitos afetem direta ou indiretamente as pessoas ao nosso redor.
Entenda inclusão como um modelamento de cultura e comportamentos onde todos os membros se sintam aceitos e são tratados de forma justa e equitativa, inspirados a participar em todos os níveis e em todos os processos organizacionais e na sociedade. Isso é a chave para desvendar o valor que a diversidade traz para nossa vida profissional e pessoal.
Infelizmente, avaliando meu próprio comportamento, poderia escrever um livro sobre os vários momentos em que excluí pessoas ou propaguei conceitos de exclusão e estereótipos entre colegas de trabalho, familiares e amigos. Temos que aprender com esses erros, aprender como nos desculpar e fazer um esforço muito consciente para mudar e praticar a inclusão. Também poderia escrever um segundo livro, mais extenso que o primeiro, com os momentos em que me senti excluída. Pois quando somos vítimas desse tipo de comportamento, a recordação é mais clara e esses momentos nos deixam cicatrizes mais profundas.
Com a desumanização presente no nosso dia a dia, vivemos uma cultura de divisão, onde constantemente pensamos em “nós contra eles”. Esse comportamento é muito visível na política atual e incentiva uma divisão cada vez mais aparente em nossa sociedade. Isso aumenta a necessidade de uma maior conscientização sobre inclusão, e de como podemos agir para elevar nossos esforços em busca de mais unidade, humanização e empatia em nossos relacionamentos; seja no ambiente de trabalho, em nossas famílias ou em interações sociais.
Eu convido todos a fazer uma autoavaliação e analisar seus comportamentos através da lente da inclusão. Precisamos rever palavras e ações que propaguem sentimentos de ódio, discriminação e diferença, e focar na mudança necessária. A construção de um mundo melhor e mais gentil depende de cada um de nós, da mudança de comportamento e compreensão do impacto do mesmo. Onde começar? Siga esses 5 passos na prática da inclusão:
1. Ouça com atenção – às vezes apenas ouvindo é possível dar espaço para alguém que não encontrou ou não teve espaço para usar a própria voz.
2. Considere as opiniões e perspectivas de todos – isso o ajudará a aceitar novas ideias e também a expandir seus conceitos.
3. Manifeste-se (Speak-up) – não assista alguém sendo maltratado e vá embora sem fazer nada a respeito. Empreste sua voz quando a vítima não puder encontrar a própria voz.
4. Verifique suas crenças e preconceitos – você está tomando decisões ou julgando com base no indivíduo que conheceu ou em um estereótipo?
5. Seja autêntico – quando você se apresenta de forma verdadeira aos outros, você os incentiva a serem autênticos também.
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