A origem da Festa Junina
Maria Lina é historiadora
Comemorar o mês que inicia o verão já era algo tradicional na Europa, antes mesmo dos romanos. As fogueiras, balões, músicas, danças, brincadeiras e muita comida faziam parte da alegria pela boa colheita e fertilidade.
Com o processo de cristianização dos romanos, o mês de junho passou a comemorar três santos católicos, Santo Antônio (dia 13), São João Batista (dia 24), que tem o dia mais próximo ao solstício de verão, e São Pedro (dia 29). A partir do século XVI, os portugueses levaram estas festas, então chamadas “Festas Joaninas”, para a colônia do Brasil. Como os índios e africanos também comemoravam o solstício, essas festas rapidamente se fundiram e foram incorporadas à cultura brasileira. A maior parte das comidas, por exemplo, como canjica, pamonha, curau e pipoca, são feitas à base de milho por conta dos costumes indígenas.
Outra característica muito forte é a valorização do sertanejo: o caipira. Até meados do séc. XX, a maior parte da população vivia no campo, e daí o aspecto rural da festa.
A quadrilha surgiu na França do séc. XVIII, como uma dança de côrte, em princípio dançada por quatro casais, a quadrille. Chegou ao Brasil no final de 1820 e era dançada pelos integrantes da côrte brasileira que vivia no Rio de Janeiro. No final do século XIX, a dança se popularizou nas festas juninas, como parte das brincadeiras tão comuns a esta festa, e também ganhou características dos casamentos tradicionais do interior do Brasil, por influência caipira e da devoção ao santo casamenteiro.
Tudo na Festa Junina é alegria; uma festa de confraternização e fartura, que celebra a riqueza cultural de nosso país.
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