Encontre o seu equilíbrio
Carolina Soares é yogi
Nasci em 1977, em Manaus, capital do estado do Amazonas. Talvez eu tivesse 8 anos quando fui brincar na casa de uma amiga e qual não foi o meu espanto ao chegar na sala e ver sua mãe fazendo movimentos que mais pareciam os de uma contorcionista. Movida pela a ingênua espontaneidade que só as crianças parecem ser capazes, logo interrompi e perguntei, sem rodeios, “Você trabalha num circo?”. E sem perder a concentração, ela respondeu, sorrindo, “Não, eu estou praticando yoga!”
Como eu já estava atrasada para a brincadeira, resolvi não fazer mais perguntas. E essa foi então a primeira vez que escutei a palavra yoga que só veio a adquirir qualquer sentido muitos anos depois. Quando adulta, já morando em São Paulo, num daqueles dias em que a gravidade parece dar lugar ao cansaço, agindo sobre nosso corpo e mente como uma força quase paralisante, uma amiga sugeriu que eu fosse a uma aula de yoga. E num lampejo de memória, lembrei da suave serenidade presente na fala e nos gestos da mãe daquela minha amiga de infância. Foi então motivada por tentar alcançar o que aqui chamo de serenidade que comecei a praticar yoga.
A palavra yoga, em sânscrito, pode ser compreendida como “autoconhecimento”. Sua prática pode ser entendida como um meio para conhecermos mais sobre nosso corpo e mente. Eu acrescentaria que yoga é uma prática por meio da qual podemos encontrar um ponto de equilíbrio. No nosso mundo contemporâneo, poderíamos dizer ainda que é um meio para não deixar o corpo e a mente serem estraçalhados pelo insano montante de preocupações que acumulamos. A questão, porém, está no fato de estarmos tão envolvidos pelo cansaço corriqueiro que o simples gesto de parar exige um esforço.
É por essa razão que, assim como aprender a tocar um instrumento musical ou a falar uma outra língua, para acalmarmos nossa mente e nosso corpo é necessário treino, prática. Como é possível algo tão simples ser tão difícil? Proponho a vocês um rápido teste: tentem sentar em uma cadeira, coluna ereta, mãos relaxadas sobre as coxas e, por apenas 1 minuto, fechem os olhos e não pensem em absolutamente nada, apenas prestem atenção na respiração. Só isso! Eu arrisco dizer que bastará fecharem os olhos para, em poucos segundos, estarem pensando em um turbilhão de coisas, são até capazes de esquecer do tempo – de tão envolvidos nas tramas da mente – ou mesmo de dormir.
Tão simples e tão desafiante! Não há dúvida de que a função da mente é produzir pensamentos; porém, o que a yoga nos ensina é que há meios de não sofrermos com as preocupações e com isso descortinarmos a tal da serenidade que está guardadinha apenas esperando a oportunidade de brotar!
Uma ótima notícia para aqueles que se interessam em conhecer um pouco mais sobre a yoga ou avançar na prática: atualmente a yoga está bem difundida no ocidente e, nas grandes capitais, é fácil encontrar estúdios de yoga. Em Toronto não é diferente. Há muitos estúdios, feiras, workshops, cursos de formação para professores, yoga para todas as idades, gestantes, uma infinidade de opções. No verão, há ainda a possibilidade de aulas gratuitas em parques, praças e centros culturais.
Para aqueles curiosos que queiram conhecer um pouco mais do universo da yoga em Toronto, sugiro o site www.yogatoronto.ca/calendar onde podem encontrar uma pluralidade de eventos.
Então, aproveitem!
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