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Sono infantil e parentalidade expatriada

Foto: Stine Moe.

Moana Ávila é psicomotricista & Renata Quelhas é especialista em sono infantil

Geralmente saímos do hospital sabendo como trocar fraldas, limpar o cordão umbilical, dar banho e amamentar (pelo menos em teoria) nosso bebê, mas pouco ou nada sabemos sobre o sono infantil. Muitas vezes não temos expectativas reais sobre as necessidades de sono.

Pais precisam entender que o cérebro dos seus filhos ainda está em desenvolvimento – criando estruturas e conexões – e perceber que não podem forçar seus filhos a dormirem aplicando um determinado método. A ciência do sono é muito importante, mas não podemos falar de sono sem também observar o lado emocional. A proximidade é uma necessidade de apego importantíssima.

Os desafios do sono não são um problema comportamental, precisando de um método/punição/disciplina para mudá-lo. O objetivo não deve ser forçar seu filho a dormir uma noite inteira antes que ele esteja pronto física e emocionalmente; o ideal é que ele possa chamar pelos pais para o resto da vida, todas as vezes que tiver alguma necessidade.

Então, precisamos olhar para o bebê, para a mãe e para a família como um todo, para que possamos entender o sono de maneira integral. Compreender o contexto em que o bebê ou a criança está inserida é de extrema importância para uma rotina saudável.

Os pais que estão vivendo em um contexto de expatriação, longe de sua família e/ou cultura de origem, têm suas referências, muitas vezes, postas em questão. Hábitos, rotinas, valores e tradições podem ser diferentes no novo país, influenciando na maneira como se compreende a forma de se criar um filho, incluindo o sono infantil. Além disso, muitos pais, ao imigrar, precisam viver novos papéis sociais e profissionais, o que pode trazer alguma insegurança e refletir no ambiente familiar.

O bebê ou a criança precisa de afeto e segurança para que possa se desenvolver e ser feliz. Se os pais olharem de forma cuidadosa e entenderem o contexto em que seu filho está inserido, fica mais fácil fazer pequenos ajustes na rotina e nas suas relações, para que a vida flua com maior qualidade e todos possam dormir melhor.

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