Cerveja é fruto do trabalho colaborativo entre Brasil e Canadá

OverHop produz cerveja de açaí, framboesa e café.

Estande da OverHop no "Mondial de La Bière", no Rio de Janeiro, em outubro de 2017.

Milton Rodrigues é o criador do blog Breje-se

Para a turma da carioca OverHop Brewing, o excesso de lúpulo na cerveja não é problema algum; pelo contrário, é solução para todas as dificuldades! A marca conseguiu faturar duas medalhas de ouro no Mondial de La Bière 2016 (no Rio de Janeiro) com menos de quatro meses de existência. De lá para cá, a equipe soma 1 ano de trabalho e o sonho de alcançar voos maiores e internacionais.

Com três sócios no Brasil e outros três no Canadá, a marca foi a primeira micro cervejaria brasileira a participar com estande próprio na edição original do Mondial de La Bière, que ocorreu em junho deste ano, em Montreal. A oportunidade surgiu após a obtenção do duplo selo de qualidade, dentre os 14 possíveis que estavam sendo disputados na edição do Rio, com mais de 500 concorrentes.

Coprodução entre a OverHop e a Brasserie Harricana.

A participação na edição canadense rendeu a primeira ação colaborativa internacional da marca: uma Oatmeal Stout, intitulada 8199. A cerveja, feita em coprodução com a montrealense Brasserie Harricana, leva na receita o açaí e a framboesa e ainda uma infusão a frio de café, torrado em Montreal. A ideia é que cada fruta carregue o “porta estandarte” da sua nação; já o nome, vem da distância em quilômetros entre as duas cervejarias – mas que, no paladar, a lonjura pretende ser esquecida.

Foto: Ricardo Rios.

A experiência no Quebec foi tão positiva que os sócios canadenses resolveram apostar nos mercados de Quebec e Ontário, e o lançamento de suas primeiras produções é nesse mês.

Patrícia Rios e Tatiana Fulton, que são sócias aqui juntamente com Ricardo Rios, contam ainda como foram bem recebidas num mercado predominantemente masculino: “para nós, a cerveja é feminina e nossos rótulos contam histórias de mulheres fortes, como a Sweet Sofia, que se torna a Hop Goddess e no final vem como a Hazy. O Canadá e sua reconhecida inclusão nos acolheu de uma forma surpreendente. Logo de início conhecemos a Mirella Amato – a única Master Cicerone do Canadá e a única mulher no mundo, entre as 13 pessoas que possuem este título – e ela nos apresentou às fundadoras da Society of Beer Drinking Ladies, que fazem um trabalho incrível de inclusão de mulheres no mundo cervejeiro. Desde então, muitas portas se abriram e conseguimos alcançar metas em tempos recordes”, relata Patrícia.

Muito mais que vender cerveja, o time da OverHop pretende estabelecer um intercâmbio cultural cervejeiro entre o público do Brasil e do Canadá. No Brasil, eles fazem parte da Confraria 4 Cantos, criadora de um dos maiores festivais de cervejeiros caseiros do Brasil, que recebeu 1000 participantes em sua última edição e que em breve terá cervejas feitas com lúpulos provenientes do Quebec. Além disso, eles estão lançando um projeto com o apoio da Embaixada Brasileira, que pretende trazer um grupo de pessoas para descobrir as cervejarias daqui, e fazer o mesmo daqui pra lá: “faz parte da filosofia da Craft Beer Revolution educarmos nosso público e explicar a necessidade de consumir os pequenos produtores locais. Se todo mundo a nossa volta consegue vencer, isso significa que nós também vencemos”, diz Ricardo Rios.

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