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Passar as férias onde não se fala uma palavra do idioma local

Cena do filme "Até a China", de Marcelo Marão

Emma Sheppard é escritora e professora de inglês

Você já viajou para algum lugar onde não falava absolutamente nada da língua? As pessoas sempre dizem que, nas viagens, deveríamos saber pelo menos como falar “olá” e “obrigado” – e talvez, “Onde fica o banheiro?”. Essas expressões são boas, mas decidi que eu deveria sempre saber dizer “esta”, “aquela”, “empurre” e “puxe”. Por quê? Porque a coisa mais difícil para mim, quando não consigo me comunicar, é me sentir desconectada, e me sentir estúpida, e essas palavras me ajudam muito.

Quando fui dar aula na China, eu odiava só poder apontar para as imagens do cardápio quando estava tentando fazer um pedido no restaurante – alias, só escolhia restaurantes com imagens no cardápio. Eu me sentia como um mímico! Mas, com as simples palavras “este” e “aquele”, eu sentia que estava falando, ainda que não estivesse dizendo nada. E quando eu estava no Brasil, me vi brigando loucamente com as portas, porque eu empurrava quando via a palavra “puxe”. Aprendendo as palavras certas, eu me poupei de algumas humilhações públicas extras, e de muitas portas na cara.

Cena do filme “Até a China”, de Marcelo Marão

Durante uma viagem, mesmo aprendendo apenas algumas poucas palavras, isso te ajudará a se sentir mais confortável, mais confiante e também mais seguro. Como sugestão, talvez você também queira saber como pedir café, ou uma cerveja, ou como pedir direções para chegar em algum lugar.

Mas, é claro, todos nós sabemos que, quando você está vivendo em um novo país, não é tão simples assim – você precisa do máximo de palavras que puder para começar a se sentir confortável. E o pior é que parece que quanto mais palavras você consegue, mais você precisa.

Nesta coluna do Jornal de Toronto, falaremos sobre como continuar aprendendo, dicas para sobreviver em inglês, sobre o quão difícil pode ser lutar com a linguagem e como se sentir bem com o que você já sabe. Confira com a gente em cada nova edição!

O curta-metragem Até a China, de Marcelo Marão, foi premiado no Brazilian Film and Television Festival of Toronto (Brafftv) em 2016. Assista o filme:

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